neste resto de tarde
sou uma planície
de vento
solitário e triste
quase noite
de folhas
sou a bruma
o esqueleto e o fumo
desta grafite
sombreada
de silêncio
e de saudade
é então que chegas
num repente paginado
de pianos verdes
e ficas comigo um instante
apenas
sem corpo nem palavras
olhando-me no vazio
da memória
que arde
vês?
neste resto de tarde
sou uma planície
de angústias
soletradas a frio
e mesmo aqueles barcos
que do céu lançam estrelas
não demoram mais
que dez minutos
na paisagem de mim.
Aqui o verbo é estonteante...
ResponderEliminarLindissimo