uma nuvem prateada desenha no céu preto 
da noite quase chuva
um punhado de luas partidas 
entre montes de marionetas 
de aparência repentina.
talvez eu não tenha o direito de fazer 
barulho
enquanto os pássaros se aquietam nas veias 
da noite sem beijos 
mas…
preciso urgentemente  de corrigir este esboço unilateral 
do medo filosófico que me pressiona que me aperta
quando às vezes me distraio a escutar o ruído aceso das
aves
mudas pardas esbeltas importantes 
que passam devagar muito devagar
saboreando a serenidade inconfundível
destes poentes em labaredas
de mim.
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