23/12/2012

mas...



uma nuvem prateada desenha no céu preto
da noite quase chuva
um punhado de luas partidas
entre montes de marionetas
de aparência repentina.

talvez eu não tenha o direito de fazer
barulho
enquanto os pássaros se aquietam nas veias
da noite sem beijos

mas…

preciso urgentemente  de corrigir este esboço unilateral
do medo filosófico que me pressiona que me aperta
quando às vezes me distraio a escutar o ruído aceso das aves
mudas pardas esbeltas importantes
que passam devagar muito devagar
saboreando a serenidade inconfundível
destes poentes em labaredas
de mim.

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