06/09/2012

A montra




Qualquer que seja a montra
Do teu corpo
A que a tela de meus olhos
Se aconchegue

Não perguntarei nunca pela tua cor

O gesto e a vontade
Não se medem
No físico metálico dos espaços.

Desapareceu o medo
Da língua do credo da História
E do tempo de mudar
Os tempos

Nasceu um traço de tinta e de fé
Uma luz adiante da fronteira
E uma brisa de montes ali.

Qualquer que seja a montra
Do teu corpo
A que a tela de meus olhos
Se aconchegue

Não perguntarei nunca pela tua cor

A mão e a alma não se limitam
Ao armário da carne

A mão estende-se exactamente
Inteira
Pelas planícies todas de nós

A alma planta-se completamente
Grande
Naquilo em que se acredita.

Qualquer que seja a montra
Do teu corpo
A que a tela de meus olhos
Se aconchegue

Não perguntarei nunca pela tua cor.

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