gosto das vírgulas
e do seu carácter, quase transitório, entre dois segmentos de tinta.
uma vírgula é uma cascata, repentina, de silêncio.
mora nas folhas e nas línguas das folhas
arredonda-se no subúrbio das letras
e espreguiça-se na virgem inquietude
do espaço vazio à sua frente.
uma vírgula deixa-se ficar, ali, entre adjectivos que não conhece, substantivos que nunca viu e pronomes sem nomes na lapela.
gosto das vírgulas
e do seu coração redondo
em pausa voluntária.
Também eu, embora saiba que estão, cada vez mais, em desuso!
ResponderEliminarBjs
M.M.