Foste o olhar que abriu o corpo
A vontade de encontrar a linha
Semeada entre as mãos.
De súbito os toques de volúpia
Subiram pelo tapete dos alvos
Que se abriram
E o desejo de gozar
Cresceu envergonhado
Na altitude das pálpebras.
Amanhã cedo quero acordar
No esmero prolongado do teu orgasmo
E não vai haver soluços nas cortinas
Nem credos amargos nos relógios.
Vamos ser eu e tu
Somente dois fósforos
Eu e tu
Numa quilha embriagada de luar.
E se alguém por acaso perguntar
Pelos cacos aveludados e únicos
Da montra azulada dos sortilégios
Já não haverá ninguém por estas bandas
Porque o amor
O sexo
E a vida
Demoram-se na angústia negra das perguntas
E florescem na dúvida aberta
Que nasce
No catecismo dos nossos dedos.
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