Olha para mim
Sou, como vês, esta impressionante vulgaridade 
Que aposta a cada passo
No compasso 
Cadenciado das perguntas impossíveis.
Olha para mim
Estou, como vês, à mercê dos papéis de rebuçado
Que formam este pedaço
Rectangular de tertúlia 
Onde as presenças se despregam.
Olha para mim
Existo, como vês, entre cafés pingados
E selecções virtuais de rebeldias puras
Que correm direitinhas
Para o mar desta febre seca 
E tardia 
Como o vento milimétrico
Da memória paginada.
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